Violência sexual contra crianças e adolescentes mais que dobra na capital do País em 2012 | ||
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Diariamente, duas crianças ou adolescentes são estupradas no Distrito
Federal. As denúncias desse tipo de violência, que marca a vida desses
meninos e meninas para sempre, vem crescendo cada vez mais na capital do
país. Só nos primeiros seis meses deste ano, 388 casos foram
registrados pela DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente) —
116,7% a mais que no mesmo período de 2011. Entre janeiro e junho do ano
passado foram feitas 179 denúncias, pouco mais de uma denúncia por dia.
O número de queixas, no entanto, é bem menor que o número real de casos,
de acordo com a delegada-chefe da DPCA, Valéria Raquel Martirena. A
estimativa, segundo ela, é que apenas 30% dos casos de violência sexual
contra crianças sejam tornados públicos.
— O número de denúncias cresce gradativamente desde que a delegacia foi
criada, em 1999. No entanto, nos últimos anos esse aumento foi ainda
maior. Não acreditamos, porém, que a violência esteja aumentando, mas
sim que a visibilidade do crime esteja crescendo. Antes crianças e
adolescentes sofriam os mesmos abusos, mas não se denunciava.
Assim como o número de casos cresceu no comparativo entre 2011 e 2012, o
número de prisões também aumentou. Na opinião da delegada, esse
crescimento de punições dá confiança a quem denuncia de que o caso será
investigado.
Nos seis primeiros meses de 2011, três pessoas foram presas por estupro
de crianças e adolescentes. Este ano, 35 pessoas foram para a cadeia,
número mais de dez vezes superior ao do ano passado, informa a delegada.
— A impressão que temos era de que a palavra da criança antigamente era
desacreditada. Se não passar pela experiência, uma criança ou
adolescente não sabe inventar com detalhes o ato de violência. Hoje, o
depoimento dela vai virar um inquérito e, com indícios, representaremos
para a prisão [do acusado].
Perfil
No DF, o perfil das vítimas de violência sexual tem seguido um padrão. O crime é praticado na maioria das vezes contra as meninas. Este ano, 85% dos casos denunciados foram de crianças e adolescentes do sexo feminino, percentual semelhante ao do ano passado, 87,7%.
Os abusadores também têm uma idade “alvo”, de acordo com os dados da
DPCA. As adolescentes com idade entre 12 e 15 anos são as maiores
vítimas de violência sexual — 38,9% dos casos. Na sequência, estão as
crianças entre 6 e 11 anos — 27,5% dos casos.
— Nós não sabemos se o número menor de denúncias de violência contra
meninos é porque existem menos casos ou porque o problema está no receio
de denunciar. Afinal, há ainda a questão do tabu machista.
Violência
O R7 tem noticiado diariamente casos de violência sexual contra crianças e encontrado o perfil que a delegada apresenta. No último dia 11 de julho, um caso chocou os brasilienses. A polícia prendeu Marcos Carvalho da Silva, de 29 anos, acusado de abusar sexualmente de uma menina de 11 anos desde que a criança tinha sete anos de idade.
Segundo a polícia, os abusos eram consentidos pelos pais da criança, que
cobravam para que Silva pudesse dormir com a filha na casa da família,
que tem apenas um cômodo. O homem é ex-namorado da irmã mais velha da
garota, que denunciou o caso à polícia.
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O Comitê Municipal de Enfrentamento à Violência e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes foi instituído pelo DECRETO Nº 16.912, em 06/01/2011, tem a finalidade de monitorar, avaliar e implementar o Plano Municipal EVESCA, na cidade de Porto Alegre, é composto pelos representantes das secretarias do município, de representantes da sociedade civil, de instituições e organizações que atuam na prevenção à violência contra crianças e adolescentes.
Comitê EVESCA Porto Alegre - Gestão 2012/2013
segunda-feira, 23 de julho de 2012
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