Região tem quase um caso de violência sexual por dia
20 de julho de 2012
Eduardo Metroviche | ||
“Abuso muitas vezes está ligado a pessoa da própria casa” | ||
Nas 12
cidades da região foram registrados no ano passado o total de 311 casos
de abuso sexual contra crianças e adolescentes, média de 0,85 por dia.
Foram 156 registros de violência sexual, 106 de estupro, 29 de atentado
violento ao pudor e dois de exploração sexual com pessoas de até 19
anos.
Os dados são preliminares do Ministério da Saúde e estão no Mapa da Violência, divulgado esta semana. O estudo traz um alerta sobre o que chama de “epidemia” da violência contra crianças e adolescentes no país.
De acordo com o Mapa da Violência, Osasco é 62ª cidade do país com mais casos de abuso sexual em crianças e adolescentes. A taxa é de 37,7 casos por 100 mil habitantes na idade pesquisada.
Osasco lidera ranking regional
Em 2011 foram registrados em Osasco 76 casos de violência sexual, 53 de estupro, 13 de atentado violento ao pudor e seis de assédio sexual contra crianças e adolescentes. A cidade tem 201,5 mil moradores de até 19 anos.
“O abuso em boa parte das vezes está ligado a uma pessoa da própria casa, pai, padrasto, tio. Por isso, não tem como prever e é muito difícil combater”, diz Márcio Silva, conselheiro tutelar da região Centro.
“Osasco conta com um núcleo de prevenção e um para acolher possíveis vítimas e encaminhar para psicólogos, pediatras etc”, completa Silva.
Outras cidades
Cotia é a segunda colocada no ranking regional (136ª no nacional) do abuso sexual infantil, com taxa de 21,1 casos por 100 mil moradores na faixa etária pesquisada. O município teve 14 casos de violência sexual, 12 de estupro, um de assédio e um de atentado violento ao pudor registrados em 2011.
Em seguida vem Carapicuíba, na 138ª posição nacional. Foram registrados na cidade 25 casos de violência sexual, 18 de estupro, três de assédio, cinco de atentado violento ao pudor e um de exploração sexual. A taxa é de 20,6 abusos por 100 mil moradores.
Barueri lidera ranking regional de violência física
Na 299ª posição, Barueri é uma das cidades da região com menos casos de abuso sexual infantil, com 6,3 casos/100 mil. Por outro lado, é a campeã regional da violência física contra crianças e adolescentes.
O município ocupa a 71ª posição no país, com 62,5 casos por 100 mil habitantes na faixa etária pesquisada. No ano passado foram 50 casos de agressão registrados no município, a maioria (23 casos) com jovens entre 15 e 19 anos.
Em seguida vêm Embu das Artes (82ª), com 54 casos/100 mil e Jandira (116ª), com 40,7/100 mil.
Líderes no ranking regional de abuso sexual, Osasco e Cotia figuram entre as que têm menos casos de violência física contra crianças e adolescentes na região. Veja a situação de todas as cidades da região nas tabelas.
“Aceitação social” da violência
O coordenador do Mapa da Violência alerta para a “culpabilização da vítima” e uma “aceitação social” como fatores para os altos índices de violência contra crianças e adolescentes.
“Os mecanismos dessa culpabilização são variados. A estuprada foi quem provocou e ela se vestia como uma ‘vadia’; o adolescente vira marginal, delinquente, drogado, traficante; aceitabilidade de castigos físicos ou punições morais como ‘disciplinadora’ por parte das famílias, instituições etc”, avalia o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz na pesquisa.
O estudo foi editado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e o Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela).
Os dados são preliminares do Ministério da Saúde e estão no Mapa da Violência, divulgado esta semana. O estudo traz um alerta sobre o que chama de “epidemia” da violência contra crianças e adolescentes no país.
De acordo com o Mapa da Violência, Osasco é 62ª cidade do país com mais casos de abuso sexual em crianças e adolescentes. A taxa é de 37,7 casos por 100 mil habitantes na idade pesquisada.
Osasco lidera ranking regional
Em 2011 foram registrados em Osasco 76 casos de violência sexual, 53 de estupro, 13 de atentado violento ao pudor e seis de assédio sexual contra crianças e adolescentes. A cidade tem 201,5 mil moradores de até 19 anos.
“O abuso em boa parte das vezes está ligado a uma pessoa da própria casa, pai, padrasto, tio. Por isso, não tem como prever e é muito difícil combater”, diz Márcio Silva, conselheiro tutelar da região Centro.
“Osasco conta com um núcleo de prevenção e um para acolher possíveis vítimas e encaminhar para psicólogos, pediatras etc”, completa Silva.
Outras cidades
Cotia é a segunda colocada no ranking regional (136ª no nacional) do abuso sexual infantil, com taxa de 21,1 casos por 100 mil moradores na faixa etária pesquisada. O município teve 14 casos de violência sexual, 12 de estupro, um de assédio e um de atentado violento ao pudor registrados em 2011.
Em seguida vem Carapicuíba, na 138ª posição nacional. Foram registrados na cidade 25 casos de violência sexual, 18 de estupro, três de assédio, cinco de atentado violento ao pudor e um de exploração sexual. A taxa é de 20,6 abusos por 100 mil moradores.
Barueri lidera ranking regional de violência física
Na 299ª posição, Barueri é uma das cidades da região com menos casos de abuso sexual infantil, com 6,3 casos/100 mil. Por outro lado, é a campeã regional da violência física contra crianças e adolescentes.
O município ocupa a 71ª posição no país, com 62,5 casos por 100 mil habitantes na faixa etária pesquisada. No ano passado foram 50 casos de agressão registrados no município, a maioria (23 casos) com jovens entre 15 e 19 anos.
Em seguida vêm Embu das Artes (82ª), com 54 casos/100 mil e Jandira (116ª), com 40,7/100 mil.
Líderes no ranking regional de abuso sexual, Osasco e Cotia figuram entre as que têm menos casos de violência física contra crianças e adolescentes na região. Veja a situação de todas as cidades da região nas tabelas.
“Aceitação social” da violência
O coordenador do Mapa da Violência alerta para a “culpabilização da vítima” e uma “aceitação social” como fatores para os altos índices de violência contra crianças e adolescentes.
“Os mecanismos dessa culpabilização são variados. A estuprada foi quem provocou e ela se vestia como uma ‘vadia’; o adolescente vira marginal, delinquente, drogado, traficante; aceitabilidade de castigos físicos ou punições morais como ‘disciplinadora’ por parte das famílias, instituições etc”, avalia o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz na pesquisa.
O estudo foi editado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e o Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela).
Esta semana duas crianças foram mortas supostamente por seus padrastos em Osasco. Na madrugada de quarta para quinta-feira, um jovem de 16 anos teria agredido e jogado água quente em um bebê de cinco meses, que morreu no Pronto Socorro do Jardim Santo Antonio. Na manhã de quarta, um padrasto de 30 anos é suspeito de ter abusado sexualmente e espancado até a morte o enteado de apenas três, no Jardim D’Abril. “A criança levou muitos socos na barriga e estava com hematomas no corpo inteiro”, conta o conselheiro tutelar Márcio Silva, que atendeu o caso.
Ranking do abuso sexual contra crianças e adolescentes
Posição (nacional) Cidade Taxa/100 mil* 62ª Osasco 37,7 136ª Cotia 21,1 138ª Carapicuíba 20,6 185ª Embu 15,6 221ª Jandira 10,9 242ª Taboão 8,9 262ª S. de Parnaíba 8,2 263ª Itapevi 8,1 299ª Barueri 6,3 310ª Itapecerica 5,7 Ranking da violência física contra crianças e adolescentes Posição (nacional) Cidade Taxa/100 mil* 71ª Barueri 62,5 82ª Embu 54 116ª Jandira 40,7 159ª Taboão 26,7 167ª S. de Parnaíba 24,6 241ª Osasco 13,4 300ª Carapicuíba 8,2 314ª Itapecerica 7,6 336ª Itapevi 5,4 408ª Cotia 1,5 * habitantes entre 0 e 19 anos ** Pirapora e Vargem Grande não foram avaliadas no estudo / Fonte: Mapa da Violência 2012 |
Acesso em: http://www.visaooeste.com.br/cidades/449_regiao_tem_quase_um_caso_de_violencia_sexual_por_dia.html
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