Comitê EVESCA Porto Alegre - Gestão 2012/2013

sábado, 13 de abril de 2013


Curso de extensão prepara profissionais para lidar com casos de violência sexual

Crimes contra crianças e adolescentes ocorrem em grande escala na sociedade e professores são considerados fundamentais no auxílio às vítimas

SXC.HUVítimas tendem a contar primeiro para os educadores (Foto: SXC.HU)
Em 2011, segundo pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, foram registrados 14.625 notificações de violência doméstica, sexual, física e outras agressões contra menores de dez anos. De acordo com os números do sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), o abuso sexual contra crianças e adolescentes é o segundo principal tipo de violência, ficando atrás apenas das notificações de negligência e abandono. Em 2012, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) registrou 130.029 denúncias de violência contra crianças e adolescentes por meio do Disque 100. Os números são alarmantes e o problema ainda está longe de ser resolvido. 

Por isso que cada um deve fazer a sua parte. Não só profissionais que lidam diretamente com os casos, mas toda a população. "Onde há crianças ou adolescentes, existe grande possibilidade de se deparar com esse tipo de caso, visto que essa violência não é restrita a certas classes, culturas ou comunidades. Ela ocorre em todos os lugares", explica Jean Von Hohendorff, coordenador do curso de extensão da Unisinos que aborda justamente a violência sexual em menores. Segundo o psicólogo, um relatório recente indicou que cerca de 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos passaram por abuso no mundo. "Diante dos números, a importância de estar preparado para o enfrentamento da situação é inquestionável."

Professores na linha de frente
Qualquer pessoa pode se deparar com um caso de violência sexual. No entanto, os docentes são considerados fundamentais na revelação da agressão, pois as vítimas tendem a contar primeiro para os educadores. "Isso ocorre porque a maioria dos casos notificados são intrafamiliares e, sendo assim, a ajuda é solicitada na escola, onde a criança passa muito tempo e estabelece vínculos de confiança", esclarece Jean. O psicólogo acrescenta que os profissionais da rede de proteção (conselheiros tutelares, delegados, advogados, juízes, assistentes sociais e os próprios psicólogos) frequentemente se deparam com tais situações. "Cada profissão terá sua forma de agir, mas existem parâmetros que são válidos para todas."

Por que entender?
Você pode estar pensando "mas eu nunca vou me deparar com um jovem que sofreu violência sexual". Pode ser, mas e se sim? Saiba que a forma como lidamos com o caso tem papel importante, podendo diminuir as chances de as vítimas desenvolverem quadros psicopatológicos, por exemplo. Entretanto, se a pessoa não tiver a devida capacitação, pode ser um fator de risco para o menor, revitimizando-o. "O profissional sem a competência adequada pode perguntar detalhes sobre o episódio de violência sexual", destaca Jean.

Sobre o curso
extensão em Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes tem como proposta oferecer um panorama geral sobre o assunto. De acordo com o coordenador do curso, é apresentado para os alunos um histórico do tema, como ele tende a ocorrer, dados epidemiológicos, legislação vigente, rede de proteção e atendimento, atuação profissional para os casos, bem como estudos atuais (nacionais e internacionais). "Ao final, pretendo promover uma atividade prática por meio de uma discussão de um caso fictício", finaliza o professor.

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