Para as companheiras e os
companheiros do Comitê EVESCA
“Hoje
não há mais profeta capaz de falar do deserto e de contar o que sabe de um povo porvir, por construir. Só há militantes, ou seja, pessoas capazes de viver até o limite a miséria do mundo, de identificar as novas formas de exploração e sofrimento, e de organizar, a partir dessas formas, processos de libertação, precisamente porque têm participação ativa em tudo isso. A figura do profeta, seja ela a dos grandes profetas do tipo Marx ou Lênin, está ultrapassada por completo. Hoje, resta-nos apenas essa construção ontológica e constituinte 'direta', que
cada um de nós deve vivenciar até o limite. Creio, portanto, que na época do
pós-moderno e na medida em que o trabalho material e o trabalho imaterial já se
opõem, a figura do profeta - ou seja, a do intelectual - já está ultrapassada
porque chegou a ser total acabamento; e é nesse momento que a militância se
torna fundamental. Precisamos de pessoas como aqueles sindicalistas
norte-americanos do começo do século, que pegavam um trem para o Oeste e que, a
cada estação atravessada, paravam para fundar uma célula, uma célula de luta.
Durante toda a viagem, eles conseguiam trocar suas lutas, seus desejos, suas
utopias. Mas também precisamos ser como São Francisco de Assis, ou seja,
realmente pobres: pobres, porque é somente nesse nível de solidão que podemos
alcançar o paradigma da exploração hoje, que podemos captar-lhe a chave.
Trata-se de um paradigma 'biopolítico', que atinge tanto o trabalho quanto a
vida ou as relações entre pessoas. Um grande recipiente cheio de fatos
cognitivos e organizacionais, sociais, políticos e afetivos...” (Antonio Negri)
Com a certeza de que um mundo melhor
é possível.
Atenciosamente,
Cláudia Machado.
Coordenadora
Gestão 2012/2013.
Atenciosamente,
Cláudia Machado.
Coordenadora
Gestão 2012/2013.
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